Em SP, intenção de consumo das famílias cresce 11,6%
Índice apurado pela FecomercioSP está em alta há nove meses seguidos e começa a apontar para uma redução do pessimismo. Entenda

Em março, a intenção de consumo das famílias paulistanas cresceu 11,6% frente ao mesmo período de 2016, chegando a 78,7 pontos. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Com relação a fevereiro, também houve alta, de 1,5%. Esta é a nona elevação consecutiva do indicador e o maior resultado desde junho de 2015 (81,7).
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O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo. Mesmo com a alta, os resultados seguem abaixo da linha de satisfação.
Cinco dos sete itens avaliados pela pesquisa apresentaram crescimento em março. O destaque, em termos de variação, foi o item Perspectiva de Consumo que subiu 41,5% na comparação anual. Com relação a fevereiro, a variação foi de 6,9%. O levantamento também mostra que os paulistanos estão reduzindo o pessimismo com os gastos para os próximos meses. Foram 48% dos entrevistados que disseram que gastarão menos nos próximos meses, sendo que em março do ano passado esse porcentual era de 63%. No curto prazo, 62% dos paulistanos disseram que o consumo está menor do que no ano passado.
O segundo maior impacto no ICF no mês foi do item Renda Atual que passou de 84,8 pontos em fevereiro para 88,2 pontos em março, alta de 4%. Para a Federação, o consumidor está sentindo que a deterioração de sua renda está diminuindo, impacto da inflação mais baixa e do ânimo que foi gerado pela liberação dos recursos das contas inativas do FGTS. As famílias estão percebendo também que o grau de dificuldade na obtenção de crédito para compras financiadas está reduzindo. Com isso, o item Acesso ao Crédito cresceu 2,9% e se posicionou nos 72,8 pontos.
Os itens relacionados ao emprego (Emprego Atual e Perspectiva Profissional) registraram alta, sendo 0,7% para o primeiro e 1,9% para o segundo, e são os únicos que estão no patamar de satisfação, 101,7 pontos e 112,9 pontos, respectivamente.
Na análise por faixa de renda a variação foi simétrica. O índice das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos subiu 1,5%, na comparação com fevereiro, e registrou 78,2 pontos. Já as famílias com renda superior a este montante estão um pouco menos pessimistas com 80,2 pontos, crescimento de 1,4% em relação ao mês anterior.
A entidade analisa que o ICF segue está em uma trajetória de crescimento em sintonia com a recuperação da economia, de forma lenta e gradual. A inflação já está, em 12 meses, perto de bater o centro da meta, de 4,5%, e os juros estão caindo, variáveis importantes para elevação do consumo. O espaço para um aumento do consumo vai tornando-se mais visível e alimentando as expectativas dos empresários do setor para um ano positivo, saindo de vez do quadro recessivo.