Como preparar a sua empresa para a economia compartilhada
Terceira e última reportagem da série sobre economia compartilhada mostra os três fatores que impactarão as empresas nos próximos anos
O impacto da economia compartilhada em diferentes modelos de negócios é considerado certo pelos especialistas. Mas como as empresas de todos os portes podem se preparar para passar pela transformação sem grandes problemas?
Os três fatores que irão impactar diretamente nesse novo modelo de economia são o tema desta terceira e última reportagem da minissérie sobre as oportunidades de crescimento da economia compartilhada.
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Na série, foi discutido ainda como os modelos tradicionais de negócio serão afetados e quais setores ganharão mais com esse novo tipo de economia. As reportagens têm como base o estudo realizado pela MasterCard.
Confira a seguir os fatores que trarão o maior impacto em curto prazo.
1. Valor
Com a evolução da tecnologia, novas formas de acesso surgem e mais valor será entregue aos consumidores e organizações.
Ferramentas como blockchain, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial, previstas para ganhar força nos próximos anos, devem aumentar ainda mais a conectividade das pessoas, empresas e máquinas.
A internet das coisas prevê o compartilhamento automático de informações entre centenas máquinas, sem interferência humana. Segundo a previsão da MasterCard, isso impulsionará significativamente o uso de recursos, adicionando ainda mais conectividade e, por sua vez, muito maior acesso ao compartilhamento e criação de valor.
“Se for totalmente utilizado, o blockchain e o IoT, suportados pela inteligência artificial, podem alimentar a mudança de estática para ativa: como mais objetos e pessoas se interconectando, a oportunidade de compartilhar e beneficiar do acesso também aumenta”, contra no relatório.
2. Confiança
A confiança continua sendo a chave da economia compartilhada e naturalmente à medida que o modelo se expandir. Mas, na análise da MasterCard, a confiança só acontecerá verdadeiramente se houver melhorias na regulação e tecnologia hoje existentes.
Segundo o estudo, a regulação normalmente está atrasada em relação às tecnologias, mas à medida que a sociedade se ajusta a novos modelos de comércio, a regulamentação passará de uma posição reativa para uma posição positiva, protegendo os consumidores, provedores e plataformas.
A MasterCard ouviu Bruce Davies, etnógrafo e fundador das Abundance, que alegou que em última instâncias, os governos se envolverão e regulamentarão a economia compartilhada.
“Ao trabalhar com os reguladores, as organizações podem se envolver, informar e educar para ajudar a moldar como um governo responde aos desafios regulatórios”, disse.
As atuais plataformas que tem como base a confiança, como Airbnb, também passarão por reformas. Isso porque, em uma economia compartilhada as avaliações dos membros serão compartilhadas. Assim, o comentário de um serviço do Uber pode impactar em outro oferecido por uma terceira plataforma.
3. Experiência aprimorada
A experiência do usuário será vital para o crescimento e expansão da economia compartilhada. Os líderes das empresas que conseguirem envolver seus clientes desenvolvendo e mantendo legitimidade vão sair na frente, diz o estudo.
Giles Andrews, presidente executivo da Zopa.com ouvido pela MasterCard, defende que os vencedores serão aqueles que oferecem uma ótima experiência de cliente, habilitada pela tecnologia.
Para fazer isso, as plataformas devem abraçar a multidão, fornecer transações sem bloqueios, transferir o controle de dados pessoais para o indivíduo e, apesar dos avanços tecnológicos, nunca perder de vista o toque humano.
“As organizações, portanto, precisam se concentrar no uso de dados para informar a mudança de processo e decisão, muitas vezes em tempo real, e usando inteligência artificial quando útil. Desta forma, pagamentos transparentes são possíveis e aprimoram a experiência dos usuários, ao mesmo tempo que agregam valor à marca que agora pode se conectar melhor aos seus clientes”, diz o estudo.
Emily Mackay, fundadora e CEO da Crowdsurfer, também ouvida pela rede de cartões, acredita que, quando as empresas conseguirem um toque humano, habilitado pelos dados, será muito mais impactante.