Os millennials compram menos e varejo ainda não sabe como lidar com isso
Ao contrário dos pais, os millennials estão mais dispostos a investir seu dinheiro em experiências do que acumular objetos

Nos anos 60 e 70 a meta de qualquer jovem era trabalhar bastante para acumular riquezas para a sua família. Uma casa grande e móveis confortáveis estavam entre os principais sonhos de consumo do baby boomers.
Reportagem publicada no site norte-americano Business Insider mostra como o os sonhos da geração atual é completamente diferente da anterior. E como os varejistas, acostumado com os consumidores em larga escala, sofrem as consequências.
Isso ocorre porque o sistema de varejo foi construído baseado na economia de aquisição. O que faz com que desejos poucos atraentes para essa nova geração – como optar por não comprar casas grandes ou até mesmo casa própria – criem uma série de consequências devastadoras para o mercado.
Funciona assim: Sem uma casa grande ou própria dificilmente o usuário irá investir em muitos móveis e demais objetos. Em apartamentos menores e funcionais – muitas vezes divididos com amigos ou desconhecidos – também é difícil ter espaço para acumular roupas e acessórios pessoais.
O efeito em cadeia acaba comprometendo todo o sistema de varejo que ainda não aprendeu a lidar com essa geração que “viver” é mais importante do que “ter”.
Mas isso realmente acontece?
Existem alguns sinais que sim, os millennials estão realmente se comportando dessa maneira.
Segundo relatório de análise de mercado da NPD, divulgado no final de abril, apenas 9% desses consumidores planeja gastar mais em produtos nos próximos 12 meses. Quando se fala em viagens, o número de pessoas que planeja investir mais dinheiro pula para 25%.
Experiências internacionais e longe de casa também estão na mira desses jovens adultos. Segundo o mesmo estudo, 80% dos entrevistados planejam viajar para lugares a mais de 50 milhas de casa.
Recuperação do varejo
O Business Insider defende que o varejo precisa entender o que está acontecendo e criar oportunidades que atenda esse novo público.
Uma opção é comercializar experiências ou ainda transformar suas próprias lojas para melhor atender os millennials, algo que as grandes empresas já têm testado em seus espaços.
“Os varejistas não precisam se tornar parques temáticos mágicos ou se transformar em um zoológico cheio de pandas e unicórnios. O que eles podem fazer é trabalhar sutilmente para oferecer aos seus clientes mais opções baseadas na experiência”, completa a reportagem.