Até onde ir para motivar sua equipe?
Experiências motivacionais que não saíram exatamente como o esperado podem ensinar muita coisa aos responsáveis pelas práticas. Confira

Uma dificuldade de grandes empresas é a retenção de bons talentos. Em alguns lugares, o chamado “turnover” (índice de rotatividade entre funcionários) pode ser realmente um problema. Além da dificuldade de ter sempre colaboradores inexperientes, o custo com treinamentos constantes pode ser significativo. O varejo, especificamente, sofre muito com este problema. Dados mostram que a média de rotatividade do setor chega perto dos 50%.
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Já se sabe que colaboradores motivados são um passo importante para a motivação e, por consequência, para a entrega de produtos e serviços de qualidade. Por isso as ações de endomarketing (também chamado marketing interno), aquelas voltadas para os próprios funcionários, são uma estratégia que tem cada vez mais importância nas companhias. Resultado da união dos setores de Recursos Humanos e de Marketing, as ações envolvem desde atividades simples, com premiações, encontros informais entre os colegas, até incentivos para que os colaboradores efetivamente participem das decisões da empresa.
Embora ainda não sejam todas as empresas que tenham se conscientizado sobre a importância do endomarketing, também não são raros bons exemplos (com ótimos resultados) da prática. No entanto, é preciso ficar atento e tomar alguns cuidados para que as ações não resultem em um resultado contrário do esperado. Para mostrar como tudo pode mudar em questão de segundos, a Bloomberg pediu para alguns CEOs de empresas internacionais contarem suas experiências malsucedidas com ações motivacionais.
Confira algumas dessas respostas e evite os mesmos erros:
Jogo de paintball
“Em um emprego anterior, nosso chefe costumava nos levar para jogar boliche. Uma vez, no entanto, ele quis jogar paintball (participantes usam armas para atirar bolas de tinta uns nos outros). Eu não sou boa de tiro e eu não estava mirando no chefe, mas quando reparei, ele estava no chão. O jogo parou, uma ambulância foi chamada e as pessoas começaram a falar sobre uma possível ruptura no fígado ou danos aos rins. Ele estava bem! Uma condição pré-existente fez com que ele passasse mal, meu chefe me contou depois que não era minha culpa. Mas eu me senti tão mal que deixei a companhia seis semanas depois.”
Christina Comben
Gerente de conteúdo da Day Translations Inc., de Valencia, Espanha
Índios
“Eu estava trabalhando para uma empresa de seguro de saúde que costumava realizar eventos em um casino com temática de índios norte-americanos (Native American), no sul da Califórnia. A empresa contratou uma consultoria para ajudar com o evento, e eles estavam fazendo um ótimo trabalho, até que um dos consultores, branco de olhos azuis e cabelos loiros, decidiu aparecer vestido de índio. Muitos servidores trabalhando no evento eram índios norte-americanos e ficaram ofendidos. O gerente do Cassino parou o evento e nos expulsou”.
Pete Abilla
Fundador e CEO da Find a Tutor Near Me, de Salt Lake City, EUA
Gangue
“Nós dividimos um grupo de 120 pessoas em vários times para disputarem uma caça ao tesouro, em um parque temático. Cada equipe tinha uma bandana de cor diferente. Eles estavam correndo para completar suas missões quando um guarda achou que uma das equipes poderia estar ligada a uma gangue, pela cor da bandana. Ele levou a equipe para um local afastado e fez um interrogatório. A equipe foi liberada, mas teve que entregar as bandanas”.
Sharon Fisher
CEO da Play With a Purpose, de Orlando, EUA
Afogamento
“Em junho de 2015 minha equipe se encontrou nas docas de Boston Harbor a fim de ir, de barco, a uma ilha próxima para fazer uma limpeza na praia. Enquanto andava com uma colega, eu escorreguei e caí na água, arranhando minhas costas em um poste. Cortei bastante e a água estava gelada. Além disso, o lugar era fundo e eu estava usando jeans e um suéter pesado, então fui afundando. Entrei em pânico com a possibilidade de me afogar. Ainda bem que meus colegas logo me resgataram.”
Janet Kosloff
CEO and co-fundadora da InCrowd Inc., Boston, EUA
Constrangimento
“Em uma empresa anterior, eu estava participando de uma reunião-treinamento de gerentes. Fomos divididos em equipes e nossa tarefa era levantar uns aos outros para atravessar uma janela imaginária (uma corda estendida a um metro do chão). Uma equipe teve que levantar uma moça obesa. Todo mundo na sala viu o tanto que foi difícil para eles, e a mulher acabou chorando. Algumas pessoas foram simpáticas com ela, mas a maioria ignorou a situação esquisita, fingindo que nada havia acontecido.”
Seth Ollerton
Gerente de conteúdo de marketing da DecisionWise, de Provo, Utah, EUA